sábado, 15 de março de 2008

O TER DA PERDIÇÃO

Fazem os fracos cada vez mais fracos;
E os fortes cada vezes mais fortes;
Sem medo tornam em cacos;
Aqueles que por si já são disformes.

Colhem o que lhes pertence;
E até a esmola do pobre roubam;
Dar o que está a mais… “Nem pense…”;
Pois têm no seu umbigo a possessão.

Não percebo porque ter a mais;
Se nem consigo ver a meus pais;
Porquê ter milhões?
Se me deixa preso às escravidões.

A ambição do ter;
Cega o coração;
E não me apercebo do chover,
Que cai sobre o mendigo no chão.

Dão um salário de fome;
A quem já gastou a vida e cuja alma se consome;
Jogados na rua, jogados no chão,
São servos de quem não sente a compaixão.

Sê o que realmente és;
Não sejas daquilo que tens;
Pois imortal é a essência que verdadeiramente és,
Corruptível tudo aquilo que são teus bens.

Não sejas escravo do que é material;
Liberta-te dessas amarras;
Voa até ao manancial,
E ai teras uma vida sapiencial.